Quando iniciámos o ano, numa altura ainda pré-COVID, foi definido um plano para a formação como ferramenta competitiva na captação e retenção do talento. Com as alterações que 2020 nos tem trazido, considerámos que seria necessário rever a estratégia delineada.
Com um mundo em mudança, a forma como nos relacionamos e como trabalhamos alterou-se, aprendemos a trabalhar juntos à distância, a valorizar (ainda mais) o acompanhamento e desenvolvimento das nossas equipas. Revimos as nossas metodologias e estratégias e a própria forma como encaramos a gestão e a formação de recursos humanos sofreu, inevitavelmente, alterações.
Para algumas empresas, por exemplo na área tecnológica, embarcar nesta transformação digital de um dia para o outro foi relativamente simples. Arrumámos a nossa secretária, trouxemos o computador, despedimo-nos à distância e dissemos “até já” ao local que nos acolhe todos os dias. Para outras empresas, esta mudança implicou uma reformulação completa da sua forma de trabalho.
Ao nível da formação, tanto os departamentos de formação/desenvolvimento das empresas como as próprias empresas de formação tiveram de reagir rapidamente, rever e adaptar os planos efectuados, definir novas modalidades e prioridades. Entrámos num mundo mais digital, onde o formato live-training ganhou protagonismo, uma vez que, sendo em real time, continua a assegurar um acompanhamento directo dos formandos, o esclarecimento de dúvidas e a dinâmica na relação entre o formador e os formandos. Assistimos também à proliferação de webinars e eventos 100% online.
O negócio adaptou-se e nós adaptámo-nos com ele. Ou terá sido o contrário?
É aqui que a formação se revela uma ferramenta importante. A capacidade de adaptação e reinvenção de uma empresa, está relacionada com a capacidade de adaptação e crescimento dos seus colaboradores. Investir não só em formação contínua, mas numa cultura de aprendizagem, contribui para que os colaboradores tenham a oportunidade de desenvolver as suas competências de forma transversal e sustentada, sejam elas técnicas, metodológicas ou comportamentais.
O aumento de iniciativas em modo digital, trouxe-nos também o reconhecimento da importância da formação tecnológica no seio das empresas. É preciso, cada vez mais, encarar a formação tecnológica, não só numa perspectiva de requalificação/reconversão profissional, como tem sido aposta de muitas empresas e instituições de ensino, mas como uma forma de adaptar as mais diversas funções a um mundo em constante mudança. É essencial garantir que os colaboradores, independentemente da área e sector em que trabalham, têm a proficiência tecnológica necessária seja para trabalhar remotamente, seja para se adaptarem a novos sistemas, máquinas, etc.
O investimento que uma empresa faz em formação, seja formal ou informal, tem-se assumido com um factor diferenciador e de valor acrescentado para os colaboradores, por exemplo no momento de decisão entre duas empresas. Estes querem sentir que fazem parte de uma empresa que aposta na sua evolução, que os prepara, não só para as funções actuais, mas para aquilo que podem ser no futuro.
A aposta na formação é um investimento, não só no crescimento individual, mas uma aposta no futuro da empresa, na motivação e compromisso dos colaboradores e, consequentemente, na qualidade dos serviços prestados.
Por Sandra Caeiro,
Talent and Quality Consultant da askblue